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China, Arábia Saudita e Irã

O avanço das negociações diplomáticas para a volta de conversações entre Arábia Saudita e...
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Historicamente, a China tem demonstrado pouco interesse em debates diplomáticos entre países conflitantes e há poucas ações de chineses em conflitos geopolíticos como aquele que acontece entre Israel e Palestina ou até mesmo, mais recentemente,  entre a Rússia e a Ucrânia. 

Mas, os ares diplomáticos inspiraram a liderança chinesa que está sendo vista como a grande mediadora de retorno às conversações entre a Arábia Saudita, de maioria sunita, e a República do Irã, de maioria xiita. E o problema é histórico.

A rivalidade entre o Irã e a Arábia Saudita sunita dominou a política do Oriente Médio nos últimos anos, espalhando-se pela Síria, Iraque, Líbano e Iêmen. Mas, engana-se quem pensa que é só a base de rivalidade por petróleo ou por sectarismo.  A coisa é maior, no tabuleiro geopolítico.

Há muito tempo que as grandes forças árabes do Oriente Médio eram dominadas pela Arábia Saudita, Irã e Iraque, três vértices de um triângulo que ficaram relativamente em equilíbrio e que foram destruídos com a queda do Iraque, para os norte-americanos, no início do século XXI.  Depois dos ataques às Torres Gêmeas, por Osama Bin Laden e seus parceiros, o Irã, juntamente com Iraque e Coréia do Norte foram colocados no rol do "Eixo do Mal", pelo então presente estadunidense, George Bush. E, se um dia foi o Afeganistão, e depois foi o Iraque, o próximo, naturalmente, poderia ser o Irã.

Nesse sentido, a liderança política da República desenvolveu uma séria de estratégias mais agressivas, para demonstrar a sua força.  De que forma? A estratégia foi demonstrar que tinha uma capacidade de retaliação bélica contra os interesses norte-americanos e de seus aliados, na região, como Israel e Arábia Saudita.

Com a Primavera Árabe, em 2011, o Irã desenvolveu uma política externa de mais influência sobre os países vizinhos e encontrou aliados poderosos, como o Hezbollah libanês, o regime de Bashar Al Assad, na Síria, e a milícia xiita houth, no Iêmen. Certamente, a ascensão do Irã foi entendida como uma ameaça, pela Arábia Saudita.  

E, em 2016, este país cortou relações com o Irã, depois que sua embaixada, em Teerã, foi invadida durante uma disputa entre os dois países, sobre a execução de um clérigo muçulmano xiita em Riad, capital saudita. O reino também culpou o Irã por ataques de mísseis e drones em suas instalações de petróleo em 2019, bem como ataques a navios-tanque nas águas do Golfo. O Irã negou as acusações.

O movimento Houthi, alinhado ao Irã, no Iêmen, também realizou ataques transfronteiriços com mísseis e drones na Arábia Saudita, que lidera uma coalizão que luta contra os Houthis, e em 2022 estendeu os ataques aos Emirados Árabes Unidos.

Reparou como a situação é complicada? Mas, a China conseguiu colocar as lideranças sauditas e iranianas para bater um longo papo. Lembre-se de que são dois grandes produtores e exportadores de petróleo e precisam alinhar preços, para terem maior lucratividade no comércio internacional.

Os representantes árabes já concordaram em reativar um acordo de cooperação de segurança de 2001, bem como outro pacto anterior sobre comércio, economia e investimento.

O papel da China como colaboradora de grande magnitude na paz entre dois países pode ser inédita, mas também é impressionante e pode prenunciar uma posição diplomática mais ousada.

Mas, é preciso muita cautela ao analisar as intenções de Pequim. Talvez, isso seja mais sobre os interesses da China na região. A China reuniu dois atores principais – atores regionais e econômicos – com o objetivo de reduzir as tensões regionais e facilitar um maior envolvimento econômico com ambos.

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