China discute novo plano quinquenal

Nesta semana, o Comitê Central do Partido Comunista Chinês, que congrega os principais líderes da China se reúne para definir as bases para o próximo plano quinquenal, que vai orientar a economia do país entre 2026 e 2030.
Os planos quinquenais da China são documentos oficiais elaborados pelo governo chinês que definem as metas e prioridades de desenvolvimento econômico, social, tecnológico e ambiental do país para um período de cinco anos.
Em outras palavras, eles funcionam como um “roteiro estratégico” que orienta o rumo da economia chinesa e das políticas públicas, indicando onde o Estado vai concentrar seus esforços e investimentos.
O que sabemos até agora
O próximo plano quinquenal, para o período 2026-2030 (o “15.º Plano Quinquenal”), ainda está em fase de formulação, mas já se tornaram públicos alguns traços e expectativas, como:
• Fortalecer ainda mais a autossuficiência tecnológica e industrial, especialmente em setores críticos, como os de semicondutores, inteligência artificial, energia nova, biotecnologia.
• Reforçar o foco de investimento em tecnologia, com estímulo ao consumo doméstico e redução da dependência de exportações e investimento externo.
• Crescimento económico mais modesto, com estimativas de cerca de 4,5-5% ao ano.
Significado para o mundo
O 15.º Plano será monitorizado globalmente, pois a China já é a segunda maior economia mundial e uma potência tecnológica, industrial e ambiental. As suas decisões terão impacto em cadeias de valor globais, nos mercados de matérias-primas, nas tecnologias emergentes, no aquecimento global e nas dinâmicas geopolíticas.
Além disso, os investidores e empresas estrangeiras observam atentamente porque o plano chines poderá indicar onde o capital e a produção se moverão nos próximos cinco anos.
Portanto, o 15.º Plano representa a aposta de médio prazo da China nos anos 2026-2030, num contexto de “novo normal” em que o crescimento explosivo do passado não é mais a norma.
As prioridades que emergem (autossuficiência tecnológica, consumo interno, crescimento de qualidade, ambiente, resiliência) mostram que a China reconhece desafios novos e quer moldar a sua trajetória de forma mais estratégica e menos dependente do investimento bruto.
Acompanhar o desenrolar da reunião de outubro de 2025 e os documentos que nela forem produzidos será fundamental para captar para onde a China quer ir e, consequentemente, quais os impactos prováveis para a economia global, para as tecnologias emergentes e para as cadeias de produção e consumo.