Uma história surpreendente
Era uma vez uma pequena cidade que ficava em um vale cercado por altas montanhas. O lugar era muiiiiiito frio, e quando chegava o inverno, entre setembro e março, a cidade não recebia a luz do sol porque as montanhas faziam sombra sobre ela.
A luz do sol só chegava ao topo das montanhas. Então o frio aumentava e a população ficava entristecida e desanimada. O sol é muito importante não só para a saúde física como para a saúde emocional. As pessoas ficam deprimidas quando vivem sem a luz do sol por muito tempo. Assim, ninguém tinha vontade de sair de casa. Só saiam mesmo para trabalhar ou estudar porque era obrigação.
Veio, então, a grande ideia: construir um teleférico para que nos meses de frio a população pudesse ir ao alto das montanhas tomar sol… Mas o trabalho e o estudo, no dia a dia, deixavam pouco tempo para os passeios de teleférico. Então, não se conseguia ir ao encontro do sol com frequência e o teleférico virou um programa de final de semana.
Até que um artista morador da região começou a estudar uma nova solução, que seria instalar três espelhos gigantes no topo de uma das montanhas de forma que a luz do sol, que atinge o alto das montanhas, se refletisse na cidade. Foram anos desenvolvendo o projeto e buscando ajuda para instalá-lo. Logo, logo a comunidade gostou da ideia e tratou de arrecadar fundos entre cidadãos e empresas para executá-lo.
E, agora, a praça da cidade se ilumina com os raios solares mesmo no inverno. Quando as pessoas não têm tempo para ir ao topo da montanha durante a semana, elas saem de suas casas para sentir o calor do sol na rua. Aquele pedaço do mundo ganhou um novo ânimo...
Fica mesmo muito difícil para quem vive em um país ensolarado como o nosso, imaginar quanta falta o sol nos faz!
É só um conto ou é verdade?
Apesar da história parecer que saiu de um livro de contos, ela é verdadeira. A cidade se chama Rjukan, tem 3.500 habitantes e fica na Noruega que está situada no norte da Europa. Lá, o inverno alcança, com frequência, temperaturas abaixo de zero.
A engenhosidade, persistência e união dos cidadãos de Rjukan fizeram com que eles vencessem uma grande limitação que a natureza lhes impôs, sem destruí-la.
Em 2015, a cidade ganhou o título de Patrimônio Mundial da UNESCO. Merecido, não?