Por Ltshears - Trisha M Shears - Trabalho autoral, Domínio Público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1732225
 

Parece personagem de desenho animado, mas é apenas um mamífero, de nome científico Heterocephalus glaber, que vive no nordeste da África, no Quênia, Etiópia e Somália, em grandes colônias subterrâneas, caracterizadas por um labirinto de túneis e corredores.

Mas esse pequeno animal, que atinge o tamanho máximo de pouco mais de 30 centímetros, vem despertando o interesse de pesquisadores por suas características únicas. Ele vive em média 30 anos, o que é um diferencial em relação a outros roedores de seu tamanho, que vivem em média 2 anos, é resistente a doenças crônicas, como o diabetes e ao câncer, tem grande resistência à dor e ainda se mantém reprodutivo mesmo em idade avançada.
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Essas características sugerem que o estudo desses animais possa contribuir em muito para entender processos como o envelhecimento e a formação do câncer no corpo humano.

Um super-rato?
Embora já tenha sido dito que o rato-toupeira não sente dor, isso não é verdade. Eles têm, sim, uma tolerância única à dor em comparação com outros mamíferos. Essa capacidade de tolerar a dor pode estar relacionada às adaptações evolutivas desses animais para viver em colônias subterrâneas, onde as condições ambientais podem ser desafiadoras, com alto nível de dióxido de carbono (CO2). Para a maioria dos mamíferos, inclusive o homem, o dióxido de carbono reage com água para formar um ácido, chamado ácido carbônico, que pode ativar os nervos para causar dor. Mas no rato-toupeira-pelado esse ácido não causa dor, por sua convivência constante com ele.

Os ratos-toupeira-pelados exibem características únicas em relação ao envelhecimento, como a ausência de sinais óbvios de envelhecimento comuns a outros mamíferos, como os pelos grisalhos, as rugas, alterações na função cardíaca, fragilidade óssea ou a suscetibilidade a doenças crônicas. Além disso, eles parecem manter a capacidade reprodutiva ao longo de suas vidas, o que é incomum em mamíferos.

E para completar, os ratos-toupeira-pelados parecem ser imunes ao câncer, por motivos que os pesquisadores ainda não conseguiram definir corretamente, mas que parecem estar associados a uma condição própria deles que impede a proliferação de células cancerosas.

Um estilo de vida próprio
Esses animais são chamados de "engenheiros do ecossistema", porque ao cavarem suas tocas aumentam a biodiversidade do solo. As colônias têm uma hierarquia rígida, no topo da qual está a rainha  governados por uma rainha, responsável pela procriação, e que acasala com vários machos.  Abaixo dela estão os outros animais, que têm funções definidas na colônia, uns se responsabilizando por cavar as tocas, outros por buscar alimento. 
 
Seu estilo de vida aumenta suas chances de sobrevivência, protegendo as colônias contra os extremos climáticos e contribuindo  para sua longevidade.