Este ano é bissexto?
Quantas vezes você já ouviu essas perguntas? E soube responder à primeira sem olhar o calendário? Bem, se não soubesse, bastaria que você dividisse o ano por quatro. Se a divisão desse exata, então temos um ano bissexto.
A regra só não vale para os anos divisíveis por 100, a não ser que sejam também divisíveis por 400. Assim, o ano de 2000 foi bissexto, mas 1800 e 1900 não foram, assim como não serão 2100 e 2200. Confuso? Vamos explicar!
Temos anos bissextos para compensar a diferença entre o ano civil (365 dias) e o ano trópico, que é o tempo que a Terra leva para completar uma órbita ao redor do Sol (aproximadamente 365,2422 dias).
A adição do dia extra no ano bissexto (29 de fevereiro) ajuda a manter os eventos sazonais alinhados com o calendário. Sem os anos bissextos, ao longo do tempo, as datas dos eventos astronômicos, como equinócios e solstícios, se deslocariam em relação ao calendário civil, causando problemas para atividades como a agricultura, que dependem dessas datas.
Os equinócios e solstícios são eventos astronômicos relacionados à posição da Terra em sua órbita ao redor do Sol. Eles marcam as mudanças nas estações do ano e são importantes para a determinação do calendário. A palavra "equinócio" significa "noites iguais". Nesses dias, a duração do dia é aproximadamente igual à duração da noite em todas as partes da Terra. O equinócio da primavera ocorre por volta de 20 de março no hemisfério norte e 22 de setembro no hemisfério sul e o equinócio de outono ocorre por volta de 22 de setembro no hemisfério norte e 20 de março no hemisfério sul.
Já o solstício de verão ocorre por volta de 21 de junho no hemisfério norte e 21 de dezembro no hemisfério sul. Neste dia, o hemisfério norte está inclinado em direção ao Sol, resultando no dia mais longo do ano no hemisfério norte. E o solstício de inverno ocorre por volta de 21 de dezembro no hemisfério norte e 21 de junho no hemisfério sul. Neste dia, o hemisfério sul está inclinado em direção ao Sol, resultando no dia mais longo do ano no hemisfério sul.
Os solstícios e equinócios são determinados pela posição da Terra em relação ao plano de sua órbita e ao eixo de rotação e têm implicações culturais, históricas e práticas em várias sociedades ao longo do tempo.
O calendário romano original, datado do século VIII a.C., tinha um ano de 10 meses, totalizando 304 dias. Esse calendário era lunar, e os romanos adicionavam dias extras ocasionalmente para alinhar o calendário com as estações.
Posteriormente, o calendário foi reformulado por Júlio César, em 45 a.C., para o Calendário Juliano, que tinha um ano de 365,25 dias dividido em 12 meses. Nesse calendário, um dia extra era adicionado a cada quatro anos.
No entanto, o Calendário Juliano ainda tinha uma pequena imprecisão, pois o ano solar real é cerca de 365,2422 dias, não exatamente 365,25 dias. Essa diferença levou ao acúmulo de erro ao longo dos séculos.
Em 1582, o Papa Gregório XIII introduziu o Calendário Gregoriano para corrigir o descompasso acumulado ao longo do tempo. Ele ajustou a regra dos anos bissextos, estabelecendo que anos divisíveis por 100 não seriam bissextos, a menos que também fossem divisíveis por 400. Essa correção eliminou parte do erro no calendário.
Desde então, o Calendário Gregoriano tem sido amplamente adotado em todo o mundo, e a regra dos anos bissextos é mantida para manter o calendário alinhado com as estações e eventos astronômicos.
E este texto foi escrito em 29 de fevereiro de 2024, um ano bissexto. Outro 29 de fevereiro, só daqui a quatro anos...